terça-feira, 22 de julho de 2008

ENTRE ASPAS

De vida fechada em aspas
Por interrogações que a percorrem,
Soltam-se em pronomes verbais
Metáforas que fogem à caneta,
Grafadas por tintas velhas e gastas.
Páginas sujas que branqueiam
Livres de vírgulas, pontos finais
Ou de outro pecado que se cometa.

Quentes chuvas estivais
Que se espojam paralelas neste chão
Figurado a lentas pinceladas
Por mão cega, deserta,
Ligeiramente óbvias e fatais.
Adagas cortantes em exclamação,
Chorosas almas veladas...
Porta aberta.

Luzes... luzes ofuscantes
Que dançam penduradas no céu,
Por entre nuvens cinzentas
Que se moldam no olhar,
No olhar dos viajantes,
Em sombras de um véu
Escuras, indivisas, agoirentas,
Vestes funestas do meu mar.

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