segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009


Excertos III (para Antónia Ruivo)

Afaga-te palavra feita de desejo
Tomada agora por conquista
Cativa refém de louco mundo,
Pedra áurea de alquimista
De brilho eterno e profundo.

Grita-te palavra revolucionária,
Escrita por balas em teu peito
Na manhã odorada a candelária
Que acorda rasgada em teu leito
Por sabres que sangram batalhas.

Soma-te palavra à vida que foge
Por entre olhares perdidos,
Cabelos desfiados sem cor
Tapa-te de receios paridos,
De raios de Sol que cobrem a dor.

Embeleza-te palavra por seres minha,
Pelas flores que no campo revives
Cercadas do amor que te tinha,
Pedra preciosa de ourives,
Sonho inacabado deste imaginário.

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