sexta-feira, 12 de março de 2010

Choram-te as Mãos Abertas


Choram-te as mãos abertas
Emaranhadas em meu cabelo,
Feridas de receoso orgulho
Perdido em fios de novelo,
Nuvens brancas encobertas.

Falam teus olhos loucos
Pelo prazer que te têm,
Segredam-me a tua vida
Como ondas que vão, vêm
Em meu peito, aos poucos.

Descobrem-se teus seios
Em mão de escultor divino
Sob inveja óbvia dos céus,
Acanhados como um menino
Nascido de meus receios.

Solta-se a tua alma, palavra
Que desbasta estes horizontes,
Espada afiada, mortal adaga
Que sangra a água das fontes,
Semeia a terra que a mim lavra.

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